QUAL O SEU OLHAR DIANTE DA VIDA?
Perante uma situação, ou alguém, você observa o modo como a enxerga? Quais “lentes” você utiliza para olhar o mundo externo? Convidamos você a se atentar a isso.
Podemos nos surpreender ao perceber que muitas vezes tomamos nossas opiniões por verdades. Sem nos dar conta, somos críticos e cheios de pré-conceitos, como que querendo fazer o outro e o mundo a nossa imagem e semelhança.
E qual o problema disso? Por acaso não podemos ter concepções próprias a respeito de tudo e todos?
Obviamente que sim, e não se trata aqui de um discurso moralista, porém é interessante perceber que tendemos a pesar na medida do julgamento para conosco mesmos na mesma proporção do peso que utilizamos para com o outro. (Entendendo o “outro” sempre como tudo que não eu mesmo).
Sorvemos nosso próprio “veneno”: reduzindo o outro acabamos por nos inferiorizar e expor nossa própria pequenez. Reduzimos a nós mesmos, por estarmos enrijecidos.
Rigidez é ficar preso na binariedade do “oito ou oitenta” e não vivenciar o horizonte mais amplo do “entre o oito e o oitenta” e suas infinitas frações. Colocando a “viseira” da rigidez o mundo diminui em tamanho, horizontes, tonalidades, possibilidades… Ocorre, enfim um verdadeiro empobrecimento existencial, nos restando apenas agarrarmo-nos às pequenas verdades das nossas opiniões como tábuas de salvação para não afogarmos no imenso e ameaçador vazio (ainda que aparente) do desconhecido entre. Como não conhecemos, e muitas vezes sequer concebemos, nós tememos, fugimos e atacamos para nos defender desta “ameaça” desconhecida.
Flexibilizar é romper o grilhão dessa rigidez conceptual dualista, do excludente “ou, ou”. Faltam muitos “tambéns” nessa postura. Isso E aquilo ao invés de OU aquilo. Falta abertura, a qual nos permite mergulhar no entre e conhecer um horizonte de possibilidades por vezes sequer imaginado.
A postura flexível permite-nos imergir em um universo interior igualmente novo e cheio de possibilidades, potencialidades e recursos os mais diversos para nos lançarmos na vida em plenitude. Às vezes é com grande alívio que experimentamos a autopermissão para ser de uma maneira e também de outra.
A boa notícia é que rigidez ou flexibilidade é uma questão de escolha. Desafiadora, por demandar o enfrentamento de medos e receios do desconhecido em nós e no outro, mas é algo factível, realizável e, principalmente, “liberta-dor”.
“É difícil permanecer no lugar da incerteza, da pergunta, da abertura ao novo. A ansiedade em dar respostas e achar soluções muitas vezes afasta as oportunidades de crescimento, bem como a região de mistério que envolve cada ser.” (Giovanna Fagundes Luczinski, 2010)
(Texto produzido pela psicóloga Stéphanie Oliveira Gonçalves – Equipe CPHMINAS).