O PLANTÃO PSICOLÓGICO:
UM ESPAÇO DE ESCUTA, ACOLHIMENTO E RESSIGNIFICAÇÃO
O homem contemporâneo tem demandado novas formas de inserção do psicólogo; na verdade, uma nova postura, um novo olhar sobre ele. Portanto, necessitando de um profissional mais comprometido com o contexto social. A definição de clínica, em função disso, não pode mais se restringir ao local e à clientela que atende; trata-se, sobretudo, de uma postura diante do ser humano e sua realidade social, exigindo, portanto, do psicólogo, uma capacidade reflexiva continuamente exercitada em relação à própria prática, da qual se origine um posicionamento ético e político (Dutra, 2004).
O plantão psicológico, segundo Oliveira (2005), acontece como um espaço que favorece a experiência, tanto do cliente como do plantonista, no qual o psicólogo se apresenta como alguém disposto, presente e disponível e não apenas como detentor do conhecimento técnico. E isto seria um estar junto, um inclinar-se na direção do sofrimento, deixando-se afetar, e a partir daí compreender o outro.
Este modelo baseia-se no aconselhamento psicológico proposto por Carl Rogers, o qual, inicialmente, esteve atrelado ao exame da personalidade por meio dos testes psicológicos. No entanto, Rogers, a partir de sua prática, começa a questionar esse modelo de aconselhamento e propõe uma mudança de perspectiva, passando a dar importância ao cliente e não ao problema, à relação e não ao instrumental de avaliação, ao processo ao invés do resultado.
Dessa forma, esta modalidade se configura pela abertura do psicoterapeuta para acolher qualquer demanda que se apresente. A ideia é acolher a pessoa em sua urgência, facilitando para que este se posicione diante de seu sofrimento.
Assim, a questão que se coloca é a de oferecer um espaço de atendimento, independente da demanda, na medida em que o foco é definido pela própria pessoa e não pela especialização do profissional. A proposta do plantão é aceitar manter-se junto com o cliente no momento presente, na problemática que emerge, promovendo uma melhor avaliação dos recursos disponíveis, ampliando, assim, seu leque de possibilidades. (Mahfoud, 1987). É a partir dessa idéia mais sistemática do plantão psicológico que se torna possível a sua inserção em diferentes contextos e/ou instituições.
Podemos dizer que o plantão psicológico constitui-se como uma prática clínica da contemporaneidade, na medida em que ela promove uma abertura para o novo, o diferente e oferece um espaço de escuta a alguém que apresenta uma demanda psíquica, um sofrimento, oferece um momento no qual esse sujeito que sofre se sinta verdadeiramente ouvido na sua dor. É um mergulho no universo interior da pessoa que fala, sem a interferência de julgamentos e valores, a partir do qual se abrem possibilidades dela mesma se ouvir.
Neste mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, a equipe de profissionais do Centro de Psicologia Humanista (www.cphminas.com.br), irá oferecer o serviço de Plantão Psicológico para aquele que se interessar em, escutando a si mesmo através da facilitação de um psicólogo plantonista, compreender um pouco mais do que está o afetando em sua vida.
INFORMAÇÕES:
Local: Praça da LIBERDADE
Data: 15/12/2018
Horário: de 14:00 às 17:00 horas
Entrada Franca
AGUARDAMOS VOCÊS!
REFERÊNCIAS:
Dutra, E. (2004). Considerações sobre as significações da psicologia clínica na contemporaneidade, Estudos de Psicologia, Natal, 9 (2), 381-387.
Mahfoud, M. (1987). A Vivência de um Desafio: plantão psicológico. Em R. L. Rosenberg (Org.), Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa (p. 75-83). São Paulo: EPU.
Morato, H. T. P. (1999). Aconselhamento psicológico: uma passagem para a transdisciplinariedade. Em H. T. P. Morato (Org.), Aconselhamento psicológico centrado na pessoa: novos desafios (p. 61-89). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Tassinari, M. A. (1999). Plantão Psicológico Centrado na Pessoa como Promoção de Saúde no Contexto Escolar. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Acesso em 10 de fevereiro de 2007 do:http://www.encontroacp.psc.br/teses.htm.
(Texto produzido por Dalissa Teixeira – Equipe CPH MINAS)