Na vida, de forma geral, estamos sempre nos responsabilizando pelos nossos atos. E isso é bom! No entanto, em alguns momentos, somos pegos, assumindo uma forma exacerbada com a perfeição que, ao percebermos falhas em nossas escolhas, damos permissão ao sentimento de culpa, gerando um desconforto interno.
Cada um de nós carrega a culpa por um motivo ou situação. Culpa pelas palavras duras ditas em uma discussão, culpa pelo fim de um relacionamento, culpa por não ter feito algo, culpa por dizer não ao filho, culpa por não saber dirigir, culpa por não saber falar inglês. A lista pode ser interminável.
A culpa pode ser considerada paralisante, com isto, comprometendo a relação da pessoa consigo mesma e com os outros. Devido a um alto grau de exigência, algumas pessoas podem se achar merecedora desse sofrimento, ocasionando uma má qualidade de vida e o adoecimento emocional. Não há uma disponibilidade para perdoar a si próprio e também aos outros pelos erros cometidos.
Em alguns momentos a culpa pode ser confundida com responsabilidade, principalmente quando tende ao controle de situações que escapam do nosso alcance. A fim de atender nossas próprias expectativas ou as exigências sociais, nos colocamos em estado permanente de vigília, para darmos conta de tudo e irmos além dos nossos próprios limites, nos tornando o que não somos em nossa essência.
Então como podemos lidar com esse sentimento tão presente em nossas vidas?
A psicoterapia pode nos auxiliar no entendimento e compreensão das origens desse sentimento e dar um novo significado às experiências vividas. Ela nos ajuda a ampliar o autoconhecimento para realização de escolhas mais genuínas, que estejam alinhadas a quem somos em nossa essência, reconhecendo e aceitando nossas próprias limitações. É importante acolher e perdoar nossos erros, assumindo que somos seres humanos falhos e estamos em constante crescimento e desenvolvimento.
Ser autêntico é conviver e respeitar nossas imperfeições no maior número de circunstâncias e com o maior número de pessoas possíveis.
(Texto produzido pelas psicólogas Carla Senna, Miriam Keli, Polyana Esteves e Renata de Andrade – EQUIPE CPH MINAS)